Man. City arrisca ser expulso da Premier: como era feita a ‘batota’

Inglaterra 07.02.2023 11:27
Por Fernando Urbano

O Manchester City foi formalmente acusado pela Premier League de mais de 100 irregularidades financeiras ocorridas entre 2009 e 2018 e incorre numa sanção que pode resultar na perda de pontos ou mesmo na expulsão da prova.
 

Tudo dependerá de uma comissão independente, a ser nomeada pelo presidente do Conselho de Justiça da Premier League, Murray Rosen, cuja decisão é passível de recurso (para uma comissão formada por novos elementos), mas não para o Tribunal Arbitral do Desporto de Lausana, expediente proibido nos regulamentos da competição.
 

Os citizens são acusados de violar as regras da sustentabilidade financeira da Premier League, deturpando as contas com receitas inflacionadas e despesas ocultadas de maneira a mitigar prejuízos.


As investigações começaram em dezembro de 2018, pouco depois de a revista alemã Der Spiegel publicar vários documentos com base no Football Leaks do pirata informático Rui Pinto, que na sua conta Twitter regozijou-se pela origem do processo.
 

É a segunda vez que o Manchester City enfrenta o perigo de exclusão de uma competição por violação do Fair Play financeiro. A 14 de fevereiro de 2020 os sky blues foram castigados pela UEFA com dois anos de suspensão e multa de €30 milhões, mas a 13 de julho o TAD anulou a decisão (e reduzindo a multa para €10 milhões) por provas insuficientes mas fundamentalmente porque os factos remontavam a uma data com distância temporal superior a cinco anos, o que vai contra os regulamentos da UEFA - um tipo de prescrição que não existe na Premier League.


Como era feita a ‘batota’


As regras da sustentabilidade financeira determinam gastos proporcionais às receitas. O que o Manchester City terá feito foi usar instituições de Abu Dhabi para inflacionar patrocínios e outros fluxos, aproveitando o facto de o presidente, Khaldon Al Moubarak, ser acionista da Abu Dhabi United Group, empresa que detém 77 por cento do City Football Group, dono do clube. Ou seja, quando as despesas eram elevadas, os cofres recebiam novas injeções de dinheiro - a isto chama-se doping financeiro.


Do lado da despesa, a alegada batota passou pela utilização de empresas em paraísos fiscais para pagamentos de comissões a empresários de jogadores e por contratos paralelos com atletas e com a equipa técnica liderada pelo italiano Roberto Mancini (2009 a 2013), com o qual terá rubricado contrato fictício de assessoria.


Em comunicado, o clube revelou «surpresa» pelas acusações,  mas saudou «a supervisão deste assunto por uma comissão independente, para garantir a imparcialidade das abrangentes evidências irrefutáveis».

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