Jorge Jesus, treinador do Fenerbahçe, encontra-se bem de saúde, aliás nem deu conta do terramoto que abalou a Turquia e que já provocou milhares de mortos. «Estou bem, felizmente. Aqui em Istambul não se passou nada. Nem senti os efeitos do sismo que, pelo que me apercebi, atingiu mais as cidades do sul da Turquia», foram as primeiras palavras do treinador português a A BOLA. «A Turquia é um país completamente arrasado. É muito duro ver as imagens de tanto sofrimento nos canais televisivos. Foi uma tragédia de enorme dimensão», acrescenta, em tom pesaroso. «Há que respeitar o sentimento do povo turco, são momentos muito difíceis, mas a vida continua e o país não vai parar.» «Há que respeitar o sentimento do povo turco, são momentos muito difíceis, mas a vida continua e o país não vai parar. O campeonato, para já, foi suspenso, há quem diga que pode parar apenas uma semana ou por mais tempo. Estou, agora, à espera de informações oficiais em relação ao calendário de jogos», admitiu o técnico. Ponto assente: os jogadores do Fenerbahçe vão continuar a trabalhar. «Não podemos parar. Amanhã [hoje] há treino. Técnico português, de 68 anos, vai confortar os jogadores do Fenerbahçe no treino de hojeHá compromissos importantes que se avizinham. Temos de preparar a eliminatória europeia, embora não saibamos ainda qual o nosso adversário. Há sete anos que o Fenerbahçe não alcançava os oitavos de final da Liga Europa», recordou. «A paragem não é benéfica para nós. O Galatasaray [líder com nove pontos de avanço sobre o Fenerbahçe e um desafio a mais] jogou ontem [anteontem] e nós vimos o nosso jogo de hoje [ontem, adiado», realçou o técnico.O jogo contra o Konyaspor, no qual atua o defesa português Bruno Paz (24 anos), esteve, até para ser adiado por outra razão: devido à queda de neve em Istambul, o avião que transportou a comitiva do Konyaspor esteve quase para não levantar voo. Estava inicialmente previsto para descolar às 16.30 locais de domingo (três horas a menos em Portugal continental), mas apenas conseguiu sair da cidade de Konya à meia noite. Afinal, a partida acabou mesmo por não se efetuar, infelizmente, por outro cenário que ninguém queria testemunhar. Perante a catástrofe que se abateu sobre a Turquia, o futebol foi relegado para segundo plano.TREINO BEM DIFERENTEO futebol, porém, perante a catástrofe que se abateu sobre a Turquia, foi relegado para segundo plano. O importante é salvar vidas. «Foi a primeira vez que passei por semelhante tragédia. E última, espero», finalizou Jorge Jesus que no treino de hoje procurará ter palavras de conforto, sobretudo para os jogadores turcos, naturalmente abalados com a fatalidade que atingiu o país.