O Rio Ave-Sporting de ontem foi dirigido por Manuel Mota. Bruno Esteves desempenhou a função de vídeoárbitro. Mota é um árbitro experiente e que tem mérito (muito) na forma como consegue controlar jogadores e bancos técnicos, num estilo que é muito seu, muito peculiar. O risco que sabe que corre é apenas um: às vezes, excesso de vantagem pode passar imagem de permissividade, potenciando entradas mais duras ou protestos desnecessários. O deixar jogar pressupõe coragem e qualidade técnica, mas é uma ferramenta que deve ser aplicada com sensatez, equilíbrio e boa leitura de jogo. Dar calor quando o jogo está frio. Pôr gelo quando está a ferver.Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:14’ Entrada por trás (muito dura e negligente) de Leonardo Ruiz sobre Matheus Reis foi bem sancionada com a primeira advertência do encontro.16’ St. Juste saltou à bola e atingiu o rosto de Costinha com o braço direito. A falta, apenas imprudente e na tentativa de chegar a lance aéreo, foi bem assinalada. 18’ Cartão amarelo bem exibido a Chermiti, após travar Josué quando este se preparava para sair em contra ataque. É justo referir que a falta tática ocorreu instantes depois de outra não assinalada, de Samaris sobre Marcus Edwards. 38’ Esgaio atingiu Boateng com o braço no peito, cometendo falta não assinalada (e apenas isso). O critério de Manuel Mota até então tinha sido sempre o tentar desvalorizar contactos ligeiros (embora nesse tenha errado). O certo é que o Rio Ave teve posse de bola pelo meio e escolheu não parar o jogo, para que fosse prestada assistência ao seu colega de equipa. Perdeu legitimidade para exigir que fosse o árbitro ou o adversário a fazê-lo.45’ Falta de Morita sobre Samaris bem assinalada. No entanto, o árbitro não permitiu a execução do respetivo pontapé-livre por ter sido atingido o final do tempo regulamentar. 49’ Nova falta de Morita, esta claramente antidesportiva (pisão negligente, com corpo colocado lateralmente para exercer alguma intensidade à disputa). Ficou por exibir cartão amarelo ao médio jogador japonês. 77’ Amarelo bem exibido a Manuel Ugarte, após entrada negligente sobre Guga. Bem o árbitro nesta intervenção.78’ Falta não assinalada de Matheus Reis (nas costas de um adversário), que depois caiu após atingido pela bola. O árbitro manteve a amplitude de um critério largo, embora neste caso errando na analise técnica. No entanto o jogo estava bom para que a bola rolasse sem interrupções, porque todos os atletas acabaram por aceitar essa forma de arbitrar (nos bancos técnicos não foi bem assim). 90+4’ Jovane Cabral foi bem advertido após entrada claramente antidesportiva sobre Guga. No entanto, a infração ocorreu pouco depois de outra (não assinalada) de Samaris sobre Francisco Trincão, mesmo perto da linha da área adversária (no lado esquerdo do ataque do Sporting).