Festejos por eliminação acabam em tragédia

IRÃO 01-12-22 9:39
Por Redação

Após a derrota da seleção iraniana frente aos Estados Unidos, que ditou o afastamento do Mundial, muita gente, sobretudo no norte do país, saiu às ruas para festejar... a eliminação, considerando que a seleção se tornara símbolo do governo e da República Islâmica - apesar de alguma contestação à situação no país, os jogadores foram abafando as críticas, supostamente depois de ameças a eles próprios e às famílias, e nos dois últimos jogos da fase de grupos até cantaram o hino, o que não tinha acontecido na partida inaugural, frente à Inglaterra.

À celebração do fim da campanha Mundial do Irão associaram-se novos protestos contra as autoridades por causa da falta de direitos das mulheres, situação que se tem repetido nas últimas dez semanas após a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, às mãos da polícia de costumes, que a detivera por uso incorreto do hijab, o lenço com que as mulheres devem cobrir cabelos e pescoço.

Na cidade de Banzar Anzali, os festejos com a eliminação da seleção do Mundial terminaram em tragédia. Mehra Samak, um homem de 27 anos, terá sido assassinado com um tiro na cabeça pelas forças de segurança, noticiou a BBC, com base em informação divulgada por ativistas dos direitos humanos no Irão. Estaria a buzinar no carro em celebração. As forças de segurança iranianas desmentiram ter disparado sobre multidões, mas o coletivo ativista 1500tasvir divulgou vídeos que identifica como tiros contra manifestantes na cidade de Behbahan e agressões a uma mulher em Qazvin.

Outros vídeos que circularam nas redes sociais mostraram esses festejos com a eliminação em várias cidades do país, sobretudo na capital Teerão e no Curdistão, de onde era natural Mahsa Amini.