Quem são os 23 portugueses que vão ao Dakar?
Até hoje só 27 portugueses terminaram o Dakar (IMAGO)

Quem são os 23 portugueses que vão ao Dakar?

MOTORES04.01.202423:00

Uma dupla nos SSV é a melhor aposta lusa para uma vitória nesta 46.ª edição do Dakar que arranca sexta-feira com o prólogo de 27 quilómetros

Nas motos, o transmontano Rui Gonçalves, 38 anos, antigo vice-campeão mundial de motocrosse (2009), que participa pela quarta vez no rali,  sonha com um lugar entre os 15 primeiros classificados.

Joaquim Rodrigues viaja com ambições comedidas. O piloto de Barcelos, cunhado do falecido Paulo Gonçalves (vítima de uma queda mortal na sétima etapa do Dakar2020) partiu uma perna no ano passado e depois da complicada recuperação voltou a lesionar-se em Marrocos, fazendo uma fratura da omoplata, o que deixa reduzida a sua esperança para esta que será a sua 7.ª participação no Dakar e, provavelmente, longe do seu melhor resultado, o 11.º lugar em 2021.

O militar da GNR, António Maio (Yamaha), está otimista para esta que será a sua quinta participação consecutiva -  o melhor resultado foi 21.º lugar em 2022- e parte à procura de um resultado que lhe permita entrar numa equipa de fábrica, onde possa voltar a sentir o prazer da vitória que celebrou oito vezes, quando se sagrou campeão nacional de todo-o-terreno.

Mário Patrão (KTM), natural de Seia, antigo campeão nacional de enduro e todo-o-terreno, volta a participar na classe Maratona, sem assistência exterior, categoria que ambiciona vencer. 

Esta será a terceira participação do algarvio Alexandre Azinhais (KTM), que depois de desistir em 2021 (desistiu por falha mecânica), voltou em 2022, com uma mota de enduro adaptada, e foi 69.º. O empresário da restauração regressa com ambições renovadas.

Em estreia absoluta apresenta-se Bruno Santos Fernandes (Husqvarna). O empresário é apaixonado pelo enduro e piloto há 12 anos. No ano passado esteve quase para participar no Dakar, mas este ano decidiu mesmo avançar depois do quinto lugar na classe Rally 2 no Abu Dhabi Desert Challenge em 2023.

O empresário de construção civil israelita Gad Nachmani (KTM), que tem dupla nacionalidade, também está inscrito como português. Também nas motas participa o luso-germânico Sebastian Bühler (Hero), que compete com licença alemã mas está radicado há vários anos em Portugal, país pelo qual se apaixonou depois de umas férias em família. Já venceu o campeonato português de todo-o-terreno e a Baja de Portalegre.

João Ferreira no top

Nos automóveis, o experiente Paulo Fiúza será o navegador do lituano Vaidotas Zala (Mini), e Gonçalo Reis do espanhol Pau Navarro (Mini). Este participou de mota em 2017 (26.º). No ano passado navegou Hélder Rodrigues, que este ano não participa. José Marques navega o lituano Petrus Gintas (MO).

Nos Challenger (antigos T3), todos os olhos estarão em Mário Franco/Daniel Jordão (Can-Am) e no estreante João Monteiro/Nuno Morais (Can-Am), e o antigo campeão nacional de todo-o-terreno, Ricardo Porém (Can-Am), navegado pelo argentino Augusto Sanz. Esta é a quinta participação do piloto de Leiria que sonha com um resultado condizente.

João Ferreira faz dupla com o experiente Filipe Palmeiro, num Can-Am preparado pela South Racing, com ambições à vitória nos SSV. Fausto Mota (que corre com licença espanhola) navega o brasileiro Cristiano Batista (Can-Am). João Ferreira reúne todas as apostas para ter sucesso, depois da primeira participação na mais mediática maratona de todo-o-terreno ter ficado marcada por problemas mecânicos sentidos na primeira semana, que impediram a luta por um lugar no pódio na categoria T3, para SSV protótipos. No entanto, ainda conseguiu vencer uma etapa, a oitava, garantindo um recorde para a Yamaha: foi o primeiro construtor a vencer uma etapa em motas e em carros. Em 2023, foi convidado pela South Racing, o preparador oficial da Can Am, para tripular um dos seus veículos na categoria SSV (antiga T4).

A mudança de categoria valeu-lhe um triunfo no Rali de Marrocos, há três meses, com o Cam AM com que vai competir no Dakar e com que irá disputar o Campeonato do Mundo. 

Dakar Clássico

No Dakar Clássico, que inclui veículos antigos de ralis Dakar anteriores, alguns dos quais têm 50 anos, António Costa e Luís Miguel Calvão participam com um jipe UMM nacional, na categoria para carros históricos, que se disputa à margem da prova principal.

Nesta categoria participam ainda Paulo Oliveira (com licença moçambicana) e Arcélio Couto, em outro UMM. Ambos já têm experiência nas motas. Por fim, Alexandre Freitas vai competir nos Camiões Clássicos, num Iveco, com Luca Macini e Marco Giannecchini.