Sem os manos Costa e... sem drama: «Há aqui gente para surpreender»
Fábio Magalhães mostra-se confiante para o duplo compromisso de Portugal com a Bósnia, a caminho do Mundial (FPA)

Sem os manos Costa e... sem drama: «Há aqui gente para surpreender»

ANDEBOL09.05.202409:20

Fábio Magalhães está de regresso à Seleção e desvaloriza as ausências dos irmãos Costa e de Diogo Rêma

Fábio Magalhães falhou o Europeu em janeiro e o torneio pré-olímpico em março, mas está de volta à seleção para o decisivo play-off de acesso ao Mundial. Mas em conversa com A BOLA, o jogador mais internacional de sempre — e o mais velho entre os convocados, com 36 anos — confidencia que foi pouco aquilo que mudou na sua ausência por lesão.

«O regresso está a ser bom. Está tudo arrumado mais ou menos como eu deixei: a mesma ambição de ganhar e alcançar os objetivos. Estamos bem preparados para o que aí vem», assegura. E o que aí vem são dois jogos diante da Bósnia-Herzegovina, o primeiro já hoje, em Guimarães (19.30 h), e a segunda mão em Tulsa, no domingo (16 h), que vão decidir a presença de Portugal no Mundial do próximo ano, que vai decorrer na Croácia, Noruega e Dinamarca.

Para o decisivo duplo compromisso com o conjunto balcânico, Fábio Magalhães subscreve as palavras proferidas pelo selecionador Paulo Jorge Pereira na véspera para classificar o que seria se Portugal não se apurar: «Um autêntico fracasso».

«Claramente! Com os resultados que temos conseguido nos últimos anos, é preciso assumir que somos favoritos e que não conseguir o apuramento seria um fracasso. Sabemos que eles também são bons, têm a mesma ambição que nós, mas temos de os dominar e vencer», receita o primeira linha português, alertando, porém, para a obrigatoriedade de respeitar o adversário e comprovar o favoritismo dentro de campo. «Sinto todos motivados e a saber que não há margem para facilitar. Somos favoritos à partida, mas isso não significa nada. Se não estivermos ao nosso melhor nível, pode haver uma surpresa. E sabemos como são estas seleções a jogar em casa, com muito barulho e apoio dos adeptos. Por isso, é importante levarmos uma boa margem para o segundo jogo», acrescenta.

«Tenho as 200 internacionalizações na mente»

Já detentor das marcas de mais internacional de sempre em todos os escalões e também o de jogador com mais jogos na Seleção principal, Fábio Magalhães mantém, aos 36 anos, um objetivo redondo na mira: as 200 internacionalizações AA. «Gostaria muito de o conseguir, é algo que tenho em mente», admite o jogador que hoje deve chegar às 182 partidas pelos Heróis do Mar. «Foi pena não ter estado no Europeu, porque sempre eram mais uns jogos. Mas resta-me tentar manter-me saudável para poder continuar a ajudar a Seleção. Se as 200 chegarem, melhor, se não chegarem, também não será um problema», nota o jogador do FC Porto.

Nestes dois jogos, os Heróis do Mar não vão poder contar com o guarda-redes Diogo Rêma, nem com Martim e Kiko Costa, os dois irmãos que têm assumido um papel cada vez mais importante no jogo luso — no Europeu, por exemplo, foram os dois melhores marcadores lusos e Martim foi o artilheiro da competição. Mas Magalhães garante que isso não afeta minimamente a confiança.

«Claro que eles são jogadores importantes em todos os aspetos, mas temos outros com qualidade semelhante e que podem render nestes jogos. Acredito que isso vai sobressair e haverá jogadores a aparecer de uma forma que vai surpreender muita gente. A manobra tem passado muito por eles, mas vamos adaptar-nos e jogar de maneira um pouco diferente», desvenda.

De resto, o atleta que conta 181 internacionalizações AA lembra que Portugal tem mostrado não estar dependente de individualidades para manter o nível. «Temos vindo a crescer muito enquanto equipa e há cada vez mais soluções. Por exemplo, temos melhorado muito na defesa. Todos achavam que sem os luso-cubanos não conseguiríamos manter o nível e no Europeu mostrámos que há soluções para todas as posições», enaltece a terminar.