Moreno: «Descida com o FC Porto? Não preparámos o jogo minimamente a pensar nisso»
Técnico não vai cumprir o ano de contrato que lhe restava com o emblema transmontano. (Foto: IMAGO)

Moreno: «Descida com o FC Porto? Não preparámos o jogo minimamente a pensar nisso»

NACIONAL03.05.202414:45

Treinador do Chaves diz que enquanto houver hipóteses matemáticas de permanência na Liga a sua equipa vai continuar a acreditar; Sérgio Conceição não deixará que pós-eleições nos dragões tenham qualquer influência no rendimento da equipa, garante; as exibições que não têm tido reflexos nos resultados e com os pontos a fugirem

A 32.ª e antepenúltima jornada da Liga pode ditar a descida do Chaves ao segundo escalão. Para que isso aconteça de forma matemática, será necessário que os flavienses sejam derrotados pelo FC Porto e que o Portimonense vença o Sporting.

As contas serão feitas no decorrer da ronda, sendo certo que também há outras equipas que ainda não têm a sua situação totalmente definida no que toca à permanência, como é o caso do Estrela da Amadora, do Boavista, do Gil Vicente, do Rio Ave, do Estoril, do Farense, do Casa Pia e do Famalicão. Tricolores, axadrezados, gilistas e rioavistas ainda podem descer de forma direta (possibilidade que, ainda assim, é extremamente remota), sendo que canarinhos, leões de Faro, casapianos e famalicenses já só poderão cair na Liga 2 pela via do play-off (situação que também é já pouco provável).

O cenário para o Chaves é extremamente adverso, é um facto, mas Moreno Teixeira recusa-se a atirar a toalha ao chão. Mesmo que pela frente esteja, amanhã, um grande do futebol português, como é o caso do FC Porto.

«  É um jogo importante e difícil. Vamos defrontar um FC Porto forte, uma equipa grande e que vem de um bom jogo, diante do Sporting, apesar de nem tanto de um bom resultado. Do nosso lado teremos um Chaves que também vem de um bom jogo, mas de um mau resultado. Foram vocês, Comunicação Social, que o disseram relativamente ao que fizemos diante do Casa Pia, tal como o próprio treinador adversário reconheceu que nós fomos melhores. E tem sido muito isto que nos tem acontecido ao longo da segunda volta, sermos uma equipa competitiva, organizada e que em muito poucos jogos sentimos que os adversários foram muito melhores que nós. Mas o que é certo é que por um ou outro detalhe, por vezes com responsabilidade nossa, não temos ficado com os pontos correspondentes às vitórias», analisou.

A confiança reina no balneário flaviense e o técnico garante uma equipa totalmente focada no duelo com os dragões e sem olhar para o que pode acontecer nesta ronda: «Esperamos que amanhã possamos apresentar-nos de uma forma competitiva, organizada e que esse resultado também nos acompanhe. Possível despedida da Liga já nesta jornada? Não preparámos o jogo minimamente a pensar nisso. Preparámos o jogo só a perceber o que vamos encontrar do outro lado e para sermos nós dentro do jogo. As contas fazem-se no final, mas não fugimos da nossa realidade. Está difícil, mas ainda é possível. Claro que no futebol, quando dependemos de terceiros, fica ainda mais difícil, mas a nós compete-nos ser organizados, competitivos e representar o Desportivo de Chaves da melhor forma que sabemos.»

O FC Porto passou, nos últimas semanas, por um processo conturbado, com a campanha eleitoral e correspondente sufrágio - no qual os sócios do clube conduziram, de forma massiva, André Villas-Boas à presidência, após o legado de 42 anos de Jorge Nuno Pinto da Costa -, mas Moreno garante que esse fator não terá qualquer influência no jogo de amanhã.

«Conhecendo bem o mister Sérgio Conceição, e conheço bem porque trabalhei com ele, o que se tem passado à volta do FC Porto não terá nada que ver com o que vai passar-se amanhã durante os 90 minutos. Vamos ter dificuldades, mesmo com as ausências do FC Porto, tais como o Galeno, o Wendell e muito provavelmente o Pepe. O que pedi aos meus atletas é para sermos nós, para termos coragem», salientou.

E pese embora os resultados negativos e a penúltima posição na tabela classificativa, Moreno garante não ter nada a apontar aos seus jogadores: «Tenho um grupo equilibrado. E eu tenho de dar um elogio aos nossos atletas. Pelo momento e pela dificuldade que tem sido esta época, porque temos trabalhado muitas semanas em cima de derrotas. Mas estes profissionais têm-se apresentado sempre de uma forma muito digna, a querem melhorar e a perceberem o momento. É este o nosso estado de espírito todos os dias. Eu sou o responsável máximo, não fujo à responsabilidade, mas em termos de comportamento não tenho absolutamente nada a apontar aos atletas e às pessoas que trabalharam diariamente no Desportivo de Chaves

E mesmo que o Chaves consiga sair do embate com os azuis e brancos com possibilidades de continuar a lutar pela manutenção, o calendário oferece mais dois problemas até final da época. «Percebemos essa dificuldade. Mas todos os jogos são complicados neste campeonato. Nós tivemos aqui adversários diretos e não demos resposta porque a dificuldade estava lá dentro. Não podemos sofrer por antecipação a pensar que depois vem o Famalicão e o Sporting. Temos de focar-nos no que é importante e que é o jogo de amanhã», concluiu o técnico dos valentes transmontanos.