«Toda a minha vida é acordar, surfar, treinar, acordar, treinar e surfar»

Entrevista «Toda a minha vida é acordar, surfar, treinar, acordar, treinar e surfar»

MAIS DESPORTO31.12.201909:46

Em 2019 Frederico Morais apurou-se para os Jogos Olímpicos, terminou em 1.º lugar o Circuito de Qualificação e garantiu regresso à elite mundial em 2020, onde tem ambições de fazer melhor que em 2017. Em entrevista a A BOLA conta que com o pai aprendeu a nunca desistir. Acredita no trabalho e é focado no treino. Aos jovens dá um só conselho: «Sigam os vossos sonhos!»

- Ano de 2019: qualificação olímpica, três etapas ganhas e n.º 1 no Circuito de Qualificação (WQS), e regresso à elite mundial do surf. É o melhor ano da tua vida?
- É um dos melhores. Está taco a taco com 2017, o meu primeiro ano no World Tour [n. d. r.: circuito mundial de surf]. Foram dois anos incríveis. Este talvez tenha tido mais vitórias e mais primeiros lugares. E depois de 2018 tiveram sabor mais especial todas essas vitórias e acabar em primeiro lugar no circuito mundial de qualificação. No ano passado, por esta altura, sentia-me completamente diferente do que me sinto agora. Sabe bem ter conseguido dar a volta e fazer de 2019 um ano super especial para mim.


- O que aprendeste com 2018 em que, depois de dois anos na elite mundial, baixaste ao circuito de qualificação?
- Que temos de trabalhar sempre mais. Que em vez de ficar a remoer derrotas e problemas, temos apenas de os ultrapassar e enfrentar. E tentar dar a volta da melhor forma. Foi o que fiz este ano. Digerir cada derrota no momento, aprender com ela e seguir para o próximo passo, em vez de ficar a remoer por notas, por julgamento ou por as ondas estarem más. Não arranjei desculpas e tentei encarar o que tinha de encarar, melhorar o que tinha de melhorar e enfrentar os meus desafios.


- És focado no treino?
-  Para mim o treino é tudo. Há talento, mas não acredito que seja suficiente. O maior exemplo disso é o Cristiano Ronaldo, que acredita no trabalho. Sou muito apologista disso também. Mesmo o Messi, por mais talento que tenha, também tem muito trabalho por detrás. Vai aos treinos, ao ginásio, põe trabalho e tempo na carreira dele. Por mais talento que tenha, para estar ao nível que quer estar, tem de trabalhar. E ao nível a que está o desporto, as pessoas percebem isso cada vez mais. É onde se vê a diferença, em pequenos detalhes. Tenho a minha vida com os meus amigos, o surf, que é basicamente toda a minha vida. É acordar, surfar, treinar… acordar, treinar e surfar. Gosto de ter a minha privacidade e o meu espaço. Faz parte.
 

Leia a entrevista na íntegra na edição impressa de A BOLA